Um Sonho de Gratidão

 

"Concedei-nos, Senhor, a Serenidade

necessária

para aceitar as coisas que não podemos

modificar,

Coragem para modificar aquelas que

podemos,

e Sabedoria para distinguir umas das

outras"

Seja muito bem-vindo ao blog; Benvindo é meu sobrenome, Anônimo é o meu nome e pública é a minha codependência e gratidão

Sonho muito pouco, mas ao acordar esta manhã recordei que havia sonhado; era uma festa cheia de companheiros de 12 Passos, todos eles com problemas emocionais. Seria possível que companheiros assim pudessem fazer uma festa? Então não teria sido um sonho, mas sim, um pesadelo. Mas as lembranças que passavam pela minha mente eram felizes, havia mesmo sido um belo sonho.

Parece que foi combinado na festa que ninguém levaria nenhuma tipo de amargura, ou dor, ou medo, ou ressentimento, ou vazio, ou qualquer padrão negativo de pensamento e emoção; parece que foi combinado que cada um — apesar de todas as dificuldades pessoais — levaria somente o melhor de si mesmo, e este seria o seu presente para os demais presentes na festa.

O mestre de cerimônias usava um chapéu Panamá e uma viva camisa vermelha — estava tão feliz o mestre; na festa ouvi poemas e poesias, assisti vídeos, ouvi músicas e narrativas, vi até mesmo um vídeo sem palavras e sem músicas, um vídeo de dança cheio de silenciosas emoções e humanas expressões. Em determinado momento do sonho, presenciei companheiros tocando violão e violino — isto mesmo, violino e violão —, ouvi belas músicas cantadas por companheiras com belíssimos e afinados timbres de voz, e assisti a uma apresentação de palhaço com nariz vermelho e tudo mais — foi tanta a alegria trazida pelo palhaço, que acho que vi alguns convivas rolando no chão de tanto rir — creio que assim que terminar a pandemia eu venha a matricular-me em um curso de palhaçaria.

Houve um instante em que um companheiro começou a falar em uma língua estranha, seria então o sonho ligeiro um sonho estrangeiro? Fui aos poucos aguçando os ouvidos, e percebi que aquela linguagem que misturava o português com outro idioma, era na verdade a linguagem do coração e da emoção, e então, de forma pura e cristalina, pude entender absolutamente tudo — a universal linguagem do amor é inteligível em todos os cantos e recantos da terra.

Conforme a festa foi avançando — talvez efeito do passar das horas —, comecei a ter a nítida impressão que não era uma festa de adultos, mas sim, uma festividade de uma criançada muito criativa, espontânea e feliz, seria então uma festa de Cosme e Damião? Não, não era, pois pude notar de alguma forma no meu sonho, que não era setembro; o mês era abril.

No salão onde ocorria a festa vi uma grande faixa com os dizeres: "Tendo encontrado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem a outros que ainda sofrem, e praticar estes princípios em todas as nossas atividades". Estava explicado então: Aquilo era um sonho sobre a prática efetiva do Décimo Segundo Passo, com pessoas que haviam despertado de algum tipo de pesadelo mental e emocional.

Logo logo tive que mudar a minha linha de raciocínio, ao perceber ao lado de minha mesa um chapéu Panamá e uma camisa vermelha — não foi um sonho. Percebi então que eu havia despertado e efetivamente participado de uma inesquecível festa de gratidão — foi um sonho.

Meu nome é Anônimo, Anônimo em recuperação! Pública é a minha codependência; eu sou maior que todas as minhas ilusões. Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz, serenidade e muitas 24 horas.