O Medroso na Corda Bamba
"Concedei-nos, Senhor, a Serenidade
necessária
para aceitar as coisas que não podemos
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"
Seja muito bem-vindo ao blog; Benvindo é meu sobrenome, Anônimo é o meu nome e pública é a minha codependência e gratidão
Estou com medo, muito medo; como posso descrever o medo que sinto, como? O medo que sinto é a mistura da concórdia e da discórdia; a metamorfose da luz e da escuridão; o encontro da guerra e da paz; a fronteira entre a lucidez e a insanidade.
O medo que sinto é um insólito acordo entre sentimentos diametralmente opostos. O medo que sinto é a constante servidão a dois senhores — desejo sempre agradar aos dois; quando sirvo a concórdia, desagrado a discórdia; quando caminho em direção à luz, sou convidado a dar meia volta, pois as trevas exigem o meu retorno; quando tento cultivar campos de paz dentro de mim, sinto muitas vezes estes mesmos campos sendo pisoteados pelas minhas próprias e belicosas e estúpidas botas mentais, que na sua ignorância deixam um rastro de destruição e abandono por tudo o que cultivei.
Por isto o meu medo é paralisante; por isto o meu medo é anestesiante; por isto o meu medo é desconfortante; por isto o meu medo é revoltante; por isto o meu medo é aterrorizante.
Lá estou eu na corda bamba, tentando equilibrar-me com uma vara na travessia de um enorme abismo que pode, a qualquer instante, liquidar-me pela menor falha — nada mais do que o doentio padrão de tentar agradar a gregos e troianos. Quem neste instante governa minhas emoções em cima da corda? Adivinhou quem pensou no medo. Preciso atravessar o abismo, não posso cair, não posso falhar, não posso contrariar... preciso agradar a escuridão, vou perdendo o equilíbrio, me recomponho e me reequilibro voltando-me para a luz; continuo cambaleando na corda, vou pendendo agora para o lado da paz, vou cair, vou cair, e rapidamente me reequilibro dando ouvidos aos chamados da guerra; continuo inseguro sobre a corda e sobre o abismo; lá vem a concórdia, concordo com ela, concordo, mas de repente aparece a discórdia dizendo para mim "que história é esta de concordar", e eu volto a tremer em cima da corda bamba.
O que está acontecendo afinal de contas? Que medo é este? Que inferno é este? Que insegurança é esta? Quem sou eu afinal de contas? Será que sou um simples fantoche nas mãos de emoções tão diametralmente opostas? Seria eu uma folha ao vento ou um navio a deriva?
Chego finalmente num grande estado de exaustão, não aguento mais isto; não aguento mais a corda; a vara; o abismo; a concórdia; a discórdia; a guerra; a paz; a luz; a escuridão; não suporto mais os meus divergentes senhores. O que eu faço o que eu faço?
Ouço então uma voz profunda e amorosa vinda de dentro de mim: "Acorda! Abandone os seus supostos senhores, pois sua submissão a eles é apenas o fiel retrato da ausência de sua própria autoridade; o antônimo de medo é coragem.
Acorda! Abra mão do seu doentio controle, tenha a coragem de soltar a vara — sua muleta emocional —, saltar da corda e ingressar na liberdade de viver assumindo suas próprias responsabilidades, sem o insano sentimento de desejar agradar a todos, isto é uma ilusão.
Acorda! Você é o senhor do seu próprio destino, o capitão do seu próprio navio.
Acorda! Esqueça a corda, esqueça o abismo, esqueça a vara, esqueça os senhores, a liberdade é uma escolha.
Acorda! Lembre-se de você e, finalmente, solte-se e entregue-se a Deus, conforme você O concebe."
Meu nome é Anônimo, Anônimo em recuperação! Pública é a minha codependência; eu sou maior que todas as minhas ilusões. Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz, serenidade e muitas 24 horas.
Me identifico totalmente companheiro.
ResponderExcluirE como é difícil!
Qundo há uma total entrega a Deus, na forma como eu o concebo, o equilíbrio é certo.
Obrigado por compartilhar!
Muitas vinte e quatro horas de paz e serenidade.
👏👏👏
ResponderExcluirReconheço e me identifico com sua luta e busca. Carinho e empatia!
ResponderExcluirEstá falando de mim.... Gratidão pela partilha 🙏
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