O Pintinho Neurótico e o Pintinho Codependente
necessária
para aceitar as coisas que não podemos
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"
Era uma vez uma galinha que estava chocando treze ovos; durante vinte e um dias a galinha ficou no ninho doando do seu calor e do seu amor para suas futuras crias — ausentava-se do ninho pouquíssimas vezes para comer alguma coisa —, até que chegou o vigésimo primeiro dia, o dia do nascimento dos pintinhos.
Na manhã deste dia, dentro de cada ovo cada pintinho ouviu uma voz interna, uma voz que dizia "hora de quebrar a casca do ovo com o seu bico e ir viver a vida lá fora". Todos os pintinhos acataram a voz, e de forma natural quebraram seus respectivos ovos e começaram a piar de alegria perto da galinha mãe, todos, exceto o pintinho branco e o pintinho amarelo.
O pintinho amarelo era muito neurótico e ficou indignado com aquela voz interna dando uma ordem para ele, e lá de dentro do seu ovo, cheio de raiva e amargura ficava resmungando o tempo todo "não aceito ordens de ninguém, eu quebro o ovo quando eu quiser e na hora que eu quiser, vá para o diabo voz do inferno".
O pintinho branco era muito codependente, sabia que precisava sair do ovo, mas ficou cheio de receio de quebrá-lo — o que iriam pensar dele depois daquilo? — achando melhor ficar por ali aguardando que alguém lá do lado de fora do ovo pudesse quebrá-lo para ele, quem sabe a galinha mãe, ou um dos pintinhos recém nascidos, ou ainda uma outra galinha qualquer, quem sabe?
No final daquele vigésimo primeiro dia o granjeiro contemplou feliz da vida a galinha ciscando pelo quintal com onze pintinhos, dois dos treze ovos haviam gorado; o pintinho amarelo morreu ressentido, preso na sua neurose reclamando até a exaustão, e o branco morreu amedrontado, preso na sua codependência com o profundo receio do julgamento dos outros — ambos morreram presos, não nos ovos, não na neurose, não na codependência, morreram presos na cegueira do egocentrismo que não enxerga absolutamente nada além das fronteiras do próprio umbigo.
Meu nome é Anônimo, Anônimo em recuperação! Pública é a minha codependência; eu sou maior que todas as minhas ilusões. Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz, serenidade e muitas 24 horas. Caso tenha gostado da mensagem, sinta-se a vontade para compartilhar com os demais.
Muito didático!
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