Um Mar de Gratidão

"Concedei-nos, Senhor, a Serenidade

necessária

para aceitar as coisas que não podemos
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"

Seja muito bem-vindo ao blog; Benvindo é meu sobrenome, Anônimo é o meu nome e pública é a minha codependencia e a minha gratidão.


Era um domingo e eu estava cuidando das árvores. De repente, passei perto de uma pequena tipuana e, com a velocidade de um relâmpago, veio me à memória o local onde eu havia coletado a semente daquela árvore. Era início de primavera, e eu estava em São Paulo, em um encontro de 12 Passos. Quando eu estava como um pequenino esquilo sob a sombra da grande tipuana — as tipuanas são muito altas — à procura de suas valiosas sementes, passou um carro com alguns companheiros indo embora —  o encontro estava chegando ao fim. 

Acenei para todos com gratidão e uma certa dor interior — sempre tive dificuldades com as despedidas —, e então percebi que um antigo companheiro também estava no veiculo. Apesar da idade avançada, ele sempre ia aos encontros — um veterano na irmandade —, e a sua presença era um silencioso exemplo para mim. Naquela época, ele utilizava uma pequena bengala para auxiliá-lo nos seus passos, mas interiormente eu sabia que ele era sustentado por outros Passos. Acenei para ele no carro e falei: Até o próximo encontro companheiro — aquele foi o derradeiro adeus. 

No ano seguinte ele não foi — fisicamente ele jamais voltou; seus passos na terra estavam terminados. Olhando agora para a tipuana em crescimento, vem um mar de saudades alimentado por um rio de gratidão; um mar e um rio desembocando no grande oceano de amor dos 12 Passos. Que sentimento maravilhoso sentir saudades de um companheiro, uma verdadeira graça do Poder Superior, conforme eu O concebo.

Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz, serenidade e muitas 24 horas.