O Arquipélago do Egoísmo
"Concedei-nos, Senhor, a Serenidade
necessária
para aceitar as coisas que não podemos
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"
No imenso oceano uma remota e isolada ilha.
Na ilha um labirinto, e no interior deste um fundo e escuro poço.
No poço um homem acorrentado a si mesmo por muitos e muitos anos.
O homem finalmente liberta-se de suas correntes, e sai do poço buscando a liberdade.
Encontra então o labirinto, onde não está mais só, mas agora acorrentado a tantos outros que vagam por ali.
Andando incessantemente pelo labirinto, apesar das correntes, um dia ele finalmente descobre a saída, deparando-se com o imenso oceano.
Desprendendo-se da corrente que o liga aos demais, empreende então uma longa caminhada beirando o mar, tentando evadir-se daquele local, e depois de muito tempo volta ao ponto de partida, e finalmente constata que está preso em uma ilha.
Atrás de si o labirinto, o poço, os acorrentados e as correntes.
À sua frente o imenso e desconhecido oceano que o atemoriza tanto.
Fica ali então aquele homem preso onde está. Não deseja mais voltar para o labirinto e o poço, e por desconhecer a liberdade, não consegue dirigir-se ao encontro do grande oceano.
Sua dor é imensa; então ele constata que o nome de seu labirinto é codependência — berço de suas primitivas dores —, e o do seu poço é depressão — lar de sua neurose; constata também que está vivendo na sua ilha da negação, e que o grande mar que tudo envolve é a vida que ele teima em não viver.
Estático ali na ilha, com seus pés profundamente mergulhados na areia da praia da angústia, isolado de tudo e de todos, e inteiramente desconectado de si mesmo, ele descobre que todo aquele estado de coisas é simplesmente fruto de sua própria criação.
Tenta então observar além; seu orgulhoso olhar é míope, e nesta humana condição não consegue observar muito além do horizonte, todavia, consegue divisar inúmeras ilhas próximas, e descobre então que vive em um pequeno arquipélago.
Vai então olhando para cada uma daquelas ilhotas, e instintivamente vai descobrindo de forma natural o nome de cada uma delas: Ilha da raiva; ilha do medo; ilha da rejeição; ilha do vazio; ilha da indiferença; ilha da vergonha; ilha da repressão; ilha da mágoa; ilha da carência; ilha da ansiedade; ilha da nostalgia; ilha da fantasia...
Já tendo desvendado o nome de tudo ao seu redor, descobre finalmente o nome do seu arquipélago de dor, isolamento e solidão: Arquipélago do egoísmo.
Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz e serenidade e muitas 24 horas.
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"
Seja muito bem-vindo ao blog; Benvindo é meu sobrenome, Anônimo é o meu nome e pública é a minha codependencia e a minha gratidão.
No imenso oceano uma remota e isolada ilha.
No poço um homem acorrentado a si mesmo por muitos e muitos anos.
O homem finalmente liberta-se de suas correntes, e sai do poço buscando a liberdade.
Encontra então o labirinto, onde não está mais só, mas agora acorrentado a tantos outros que vagam por ali.
Andando incessantemente pelo labirinto, apesar das correntes, um dia ele finalmente descobre a saída, deparando-se com o imenso oceano.
Desprendendo-se da corrente que o liga aos demais, empreende então uma longa caminhada beirando o mar, tentando evadir-se daquele local, e depois de muito tempo volta ao ponto de partida, e finalmente constata que está preso em uma ilha.
Atrás de si o labirinto, o poço, os acorrentados e as correntes.
À sua frente o imenso e desconhecido oceano que o atemoriza tanto.
Fica ali então aquele homem preso onde está. Não deseja mais voltar para o labirinto e o poço, e por desconhecer a liberdade, não consegue dirigir-se ao encontro do grande oceano.
Sua dor é imensa; então ele constata que o nome de seu labirinto é codependência — berço de suas primitivas dores —, e o do seu poço é depressão — lar de sua neurose; constata também que está vivendo na sua ilha da negação, e que o grande mar que tudo envolve é a vida que ele teima em não viver.
Estático ali na ilha, com seus pés profundamente mergulhados na areia da praia da angústia, isolado de tudo e de todos, e inteiramente desconectado de si mesmo, ele descobre que todo aquele estado de coisas é simplesmente fruto de sua própria criação.
Tenta então observar além; seu orgulhoso olhar é míope, e nesta humana condição não consegue observar muito além do horizonte, todavia, consegue divisar inúmeras ilhas próximas, e descobre então que vive em um pequeno arquipélago.
Vai então olhando para cada uma daquelas ilhotas, e instintivamente vai descobrindo de forma natural o nome de cada uma delas: Ilha da raiva; ilha do medo; ilha da rejeição; ilha do vazio; ilha da indiferença; ilha da vergonha; ilha da repressão; ilha da mágoa; ilha da carência; ilha da ansiedade; ilha da nostalgia; ilha da fantasia...
Já tendo desvendado o nome de tudo ao seu redor, descobre finalmente o nome do seu arquipélago de dor, isolamento e solidão: Arquipélago do egoísmo.
Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz e serenidade e muitas 24 horas.
Comentários
Postar um comentário