O Oficial de Justiça do Sonho Meu
"Concedei-nos, Senhor, a Serenidade
necessária
para aceitar as coisas que não podemos
modificar,
Coragem para modificar aquelas que
podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das
outras"
Seja muito bem-vindo ao blog; Benvindo é meu sobrenome, Anônimo é o meu nome e pública é a minha codependência e gratidão
— Acorda moço, acorda...
Acordei meio chateado; eram seis e quinze da manhã de um sábado.
— Quem me chamou? — perguntei na penumbra do quarto?
— Fui eu, o oficial de justiça de um antigo sonho seu.
— Oficial de justiça de um sonho meu?
— Isso, isso... um sonho do seu passado, daquela época em que você vivia engaiolado nos prédios de uma grande metrópole.
— Sonho do passado? não estou compreendendo.
— No passado, ansiando pela felicidade, você desejou ter um pedaço de terra degradada para cuidar e plantar. Tudo começou naquele dia em que você plantou um abacateiro na sacada de um apartamento no Rio de Janeiro.
— Ah... agora me recordo. Morava no Décimo terceiro andar, mas o pobre do abacateiro não teve muitas chances por lá, tentei replantá-lo mais tarde em um outro local, contudo ele não resistiu e acabou morrendo.
— Foi no dia da morte do abacateiro que você sonhou em ter bastante espaço para plantar um sem número de árvores, e hoje eu venho felicitá-lo, pois agora seu sonho é a mais concreta realidade.
— Gratidão pelas congratulações oficial de justiça do sonho meu, mas ainda é muito cedo e eu pretendo dormir mais um pouquinho. Mais alguma coisa?
— Sim... Desde quando você projetou o seu desejo agora concretizado, seu sonho trabalhou anos a fio a fim de que tudo de fato se realizasse. Agora chegou a sua vez de cumprir a sua parte.
— Como assim cumprir a minha parte?
— Bem... você sonhou com um espaço para plantar as árvores e ser feliz, e o espaço está lá fora aguardando a sua ação na direção da sua felicidade; esta é a parte que te compete neste sonho.
— Mas oficial de justiça do sonho meu, está um dia frio e chuvoso, melhor esperar que o tempo fique mais quente, não demora muito e a primavera chega. Você se importa de voltar em setembro?
— O seu sonho trabalhou diuturnamente para a realização do seu desejo, cumprindo a parte que cabia a ele, e agora é a sua vez. Estou falando com um homem, com um tratante ou com algum tipo de Peter Pan na terra do nunca? — respondeu o oficial de justiça do sonho meu olhando-me com profunda firmeza.
Não demorou muito tempo para que eu saísse da cama — era impossível questionar a resolução daquele olhar —, e após aquecer meu corpo e minha alma com um pouco de café, peguei minhas ferramentas e segui alegremente com meu fiel vira-lata (ele também fazia parte do sonho) em direção ao campo, a fim de simplesmente viver a realidade do sonho meu.
Meu nome é Anônimo, Anônimo em recuperação! Pública é a minha codependência; eu sou maior que todas as minhas ilusões. Só por hoje serei feliz; só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Paz, serenidade e muitas 24 horas.
Muito bom companheiro!
ResponderExcluirGratidão imensa!
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